quarta-feira, 15 de abril de 2015

[Mergulhei Fundo] - O doce veneno do escorpião



Título: O doce veneno do escorpião
Autor(a): Bruna Surfistinha (Raquel Pacheco)
Editora: Panda Books
Ano: 2005
Nº de páginas: 172

“A fofoca correu a série toda em poucos dias. Ninguém veio me perguntar se era verdade, ouvir o meu lado da história. Só ouvia as risadinhas e sentia os olhares na minha direção”.

Se eu chegasse aqui e começasse a falar sobre Raquel Pacheco, talvez alguém mais desinformado se perguntasse “Que raio de mulher é essa?” e até precisasse da ajuda do São Google. Agora, se eu falo em Bruna Surfistinha, as chances de a maioria esmagadora saber de quem se trata aumentam consideravelmente. Mas não é a mesma pessoa? Não, não é.

Raquel Pacheco foi criada por uma família de classe média alta, usava roupas de marca e teve oportunidade de estudar nos melhores colégios. Bruna Surfistinha é o “nome de guerra” da jovem que largou tudo para virar garota de programa. Loucura? Segundo ela, foi necessidade. Claro que não era financeira. Afinal, recebia mesada dos pais e, quando acabava, era só pedir mais que eles davam. Saiu de casa por outra razão: para ser independente.

“Nunca mais minha mãe conversou comigo. Não sentiria nada se meu pai nunca mais olhasse na minha cara. Mas nunca mais ouvir ‘minha filha’ na voz acolhedora da minha mãe talvez seja o mais perto da solidão da morte que já cheguei”.

Estudar não era a praia dela. Mudar de colégio também não resolvia a situação. Começou a beber e a fumar muito cedo. Experimentou porque entrou na onda dos outros e não queria ser a “careta” da turma. Passou a roubar em casa e na escola para comprar drogas e alimentar outro vício: o das compras. Até que os pais dela descobriram, e a briga foi feia.

O clima em casa ficou insuportável, tanto que Raquel até pensou em se matar. Aos 17 anos, começou a fazer programa, dizendo que já era maior de idade. Em O doce veneno do escorpião, ela revela as dificuldades da “vida fácil”, as experiências engraçadas e constrangedoras pelas quais passou, além do sonho de largar esse trabalho, casar e ter filhos.  

“Fechei os olhos e, com o dedão, me preparei para pressionar o gatilho. Tinha uma pressão absurda dentro de mim, da minha cabeça, dentro do meu peito. Contei até três e aquela merda estava sem balas”.

Bruna Surfistinha fazia de 25 a 30 programas por semana. Encarava tudo profissionalmente, mas nem tudo era labuta. Ser garota de programa trazia uma satisfação, melhorava a autoestima dela, pois ela se sentia desejada pelos homens (e pelas mulheres também), algo que não acontecia com a Raquel, a menina gordinha que teve bulimia e que tomava antidepressivos.

A Surfistinha criou um site para falar sobre os programas, como se fosse um diário. Nele, havia espaço para os mais “interessantes ou bacanas” da semana, com o seguinte aviso: “Caso você tenha feito programa comigo neste período, e eu não relatei, não se desespere. Tente novamente quando puder”. No livro, ela conta que isso turbinou os negócios, porque os clientes realmente iam tentar outras vezes.

  
Famosa por causa do site, Bruna Surfistinha passou a ser
convidada para participar de outros tipos de programa

“Antes, eu não respeitava ninguém. Se não fosse garota de programa, nunca aceitaria as diferenças das pessoas. Conheci todo tipo de gente: boas e ruins”.

Achei interessante. O livro é curto e a leitura foi rápida. A linguagem é bem vulgar, digamos assim. Por isso, selecionei trechos mais leves para esta coluna. Já tinha assistido ao filme protagonizado por Deborah Secco e agora pude conferir a obra impressa. Não avaliei a Raquel Pacheco, muito menos a Bruna Surfistinha. Avaliei a obra. Bom mergulho!

Alguém já leu o livro O doce veneno do escorpião? Deixem nos comentários o que vocês acharam. Até a próxima!

Um comentário:

  1. Olá,
    Obrigado. Seja muito bem-vindo. Volte sempre!
    Vou passar lá no seu blog.
    Abraço!

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