Um
dia, eu tive uma família completa, dinheiro e felicidade. Hoje,
carrego apenas um buraco no peito.
Por
que me abandonou? Por que não me deu a chance de envelhecer ao teu
lado?
Meus
fios de cabelo branco já não aguentam mais tanta dor.
E
a educação que sua mãe e eu lhe passamos? Ah, falando nela, meu
peito chega a doer de saudades.
Lembra
de como éramos felizes? Não passávamos nenhum aniversário longe
um do outro, almoçávamos todos juntos, celebrávamos a Páscoa, o
Natal...
Se
ela estivesse aqui, teria sido diferente?
Minha
saúde já não é a mesma. A coordenação motora está
comprometida, assim como a memória. Virei um chato, amargurado.
Tenho
enfrentado muitos desafios aqui. Não consigo tomar uma sopa sem me
sujar. Não gravo os nomes dos assistentes. Não tenho forças para
tomar um banho sozinho. E o pior: voltei a usar fraldas.
O
tempo passou, meu filho. Só queria uma chance de voltar a ser livre.
Venha me buscar. Apesar de tudo, ainda terás meu perdão.
Ygo
Maia. 24 de dezembro de 2064.
Perfeito o texto, emocionado!
ResponderExcluirFILHOSSSSSSSSSSS
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