domingo, 12 de janeiro de 2014

[Mergulhei Fundo] - Depois daquela viagem

Foto: Ygo Maia






















Título: Depois daquela viagem
Autor(a): Valéria Piassa Polizzi
Editora: Ática
Ano: 2005
Nº de páginas: 279

“Um reflexo... Sabe, acho que era isso mesmo que eu parecia, um reflexo. O mundo continuava igual, os carros passando, as pessoas trabalhando, o sol quente brilhando, só eu já não era mais a mesma. Estava ali no meio de tudo, existindo sem existir, exatamente como um reflexo”. (p. 33)

Esse livro é uma autobiografia de uma jovem que aprendeu a viver com AIDS. O que eu mais gostei na história, foi da forma natural como a autora conduziu seu testemunho. Em uma página, nos sensibilizamos com o drama vivido por ela. Na outra, estamos sorrindo (sim, sorrindo) com o bom humor da mesma ao relatar as dificuldades pelas quais teve que passar.

“Comecei a rir. Ri de todos os meus problemas. Ri de todos os meus medos. Ri dos meus sonhos e dos sonhos de todo mundo. Ri de mim mesma. E ri de toda humanidade”. (p. 138)

Foto: Ygo Maia
Notamos a evolução de Valéria no decorrer do livro. Primeiramente, temos contato com uma garota assustada, com medo de encarar a doença. Depois de algumas páginas, o que vemos é uma mulher determinada a levar a vida adiante. Apesar do medo constante de sofrer preconceito e de ser rejeitada, Valéria vai em busca da felicidade nos Estados Unidos, onde faz novos amigos e passa a se dedicar aos estudos.

“Talvez porque, no fundo, soubesse que pra mim aquele simples curso tinha tido um valor especial. E esse pode ser o lado bom da AIDS, pensei, fazer com que eu saia do lugar comum e consiga ver as coisas por um prisma diferente”. (p.197)

Valéria começou a enxergar a vida com outros olhos. Percebeu que era possível ser feliz e levar uma vida normal, apesar da AIDS. Ela encontrou pessoas que viam nela um grande potencial e a incentivaram a seguir em frente. Nos momentos mais difíceis, o apoio dos parentes, dos amigos, dos professores e dos médicos, foi fundamental.

“Fico pensando, então, como seria o mundo se todas as pessoas começassem a gastar cinco minutos de seu tempo umas com as outras”. (p. 38)

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