#Resenha: "Cai o pano"

Título: Cai o pano

Autor(a): Agatha Christie

Ano de lançamento: 2009*

Editora: Nova Fronteira

Nº de páginas: 217

# A história

A mansão Styles, cenário do primeiro caso em que o detetive Hercule Poirot e o capitão Arthur Hastings trabalharam juntos, fora transformada em hotel. Poirot está aposentado, com a saúde frágil, embora garanta que seu cérebro continue perfeito. De volta à Styles, sua intenção não é de reviver sensações do passado, mas sim de capturar um assassino que também se encontra naquela propriedade.

Poirot conta com a ajuda de Hastings em mais um caso arriscado de sua carreira. O misterioso assassino X já foi responsável por cinco crimes que, aparentemente, não têm relação entre si. Poirot acredita que um sexto assassinato está prestes a ser cometido. Portanto, ele e o capitão Hastings precisam agir logo.

As investigações começam com muita cautela. As atitudes dos hóspedes, as conversas, os gestos, os olhares, tudo é analisado minuciosamente. O detetive colhe pistas importantes, mas prefere não comentar nada com seu companheiro de trabalho, por questões de segurança. Ele sabe que qualquer descuido pode ser fatal.

# Opinião

A narrativa em primeira pessoa, sob o ponto de vista do capitão Hastings, torna a leitura ainda mais envolvente. A relação conflituosa entre ele e sua filha, Judith, em contraponto com a busca por um misterioso assassino, é um dos pontos altos do livro.

Hastings passa a ser os olhos e os ouvidos de Poirot, já que o nosso querido detetive belga está fisicamente debilitado. Sua mente, no entanto, permanece em plena forma. Isso fica claro durante todo o livro.

As primeiras doses de suspense podem ser percebidas já no início, quando Poirot revela que haverá um assassinato. O desenlace dessa informação é inquietante. À medida que a história vai se desenvolvendo, aumenta a nossa curiosidade de descobrir quem é o assassino X e quem será sua próxima vítima.

Os capítulos são curtos, o que nos permite uma leitura rápida. O livro mantém um ritmo alucinante do começo ao fim. A tradução de Clarice Lispector ficou ótima e a linguagem é superacessível aos dias atuais.

O desfecho da trama é surpreendente, perturbador, corajoso e, principalmente, polêmico. Agatha Christie prova mais uma vez que entende de crimes como poucos. Um livro para trabalhar o cérebro, recomendado para os fãs de um bom suspense. É um espetáculo! Por fim, que caia o pano.

* Livro publicado originalmente em 1975.