Faroeste Caboclo
é uma música composta por Renato Russo, lançada nos anos 80, uma década
considerada “perdida” no âmbito econômico e marcada também pela transição da
ditadura militar para a democracia. Neste contexto, a canção faz uma crítica
social ao apresentar a história do personagem João de Santo Cristo, que larga a
vida no campo para buscar seus objetivos na cidade grande.
João representa
o típico brasileiro que sai da sua cidade natal para tentar a sorte em outros
lugares. A história do Brasil é marcada por essa forte migração interna. O meio
rural assolado pela falta de infraestrutura, deficiências nas áreas de saúde,
educação e emprego, acaba desestimulando o indivíduo que sonha com um padrão de
vida melhor.
Em determinado
momento da música, o personagem chega ao espaço urbano. Acontece que as grandes
cidades nem sempre conseguem atender às necessidades de todos. Então, muitas
pessoas se enveredam pelos trabalhos informais para sobreviver, enquanto outras
findam se perdendo nos negócios escusos, como é o caso de João, que viu nas
drogas a oportunidade de ganhar mais dinheiro.
Vale destacar
que no trecho em que é narrado este momento da vida do personagem, há uma
modificação no ritmo da música. A partir de então, se sobressai o reggae,
gênero musical surgido na Jamaica no fim da década de 60, caracterizado por
denunciar as mazelas sociais como a fome e a desigualdade. O reggae originou-se
do movimento Rastafári, que valoriza o uso de ervas como a maconha. Por isso,
na sociedade, este ritmo acaba sendo facilmente associado às drogas.
Há novamente uma
mudança de ritmo. A narrativa é conduzida ao som de rock, um gênero musical
surgido nos Estados Unidos nos anos 50, caracterizado por ser mais agressivo. O
ritmo em si já demonstra um sentimento de inquietação, libertação e revolta.
Inclusive, no Brasil dos anos 80, bandas do gênero como: Barão Vermelho, Os Paralamas
do Sucesso e Legião Urbana,
faziam críticas à realidade do país através de suas canções.
A música segue.
João conhece Maria Lúcia e se apaixona. Logo o personagem nutre o desejo de
constituir família com ela. O amor traz à tona o seu arrependimento. Seria a
sua tentativa de se redimir. Mas, quando ele é traído, desafia seu rival para
um duelo e acaba sendo morto. Não fosse por isso, ele continuaria sua luta para
ajudar o povo brasileiro, “que só faz... sofrer”.
Oi Ygo!
ResponderExcluirEu não curto Legião Urbana, mas gosto dessa música justamente por causa da história contada nela.
Até fizeram um filme baseado nela, mas ainda não vi. Você já assistiu?
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Olá, Sora.
ExcluirAinda não tive oportunidade de assistir, mas quero muito.
Beijos!