Olá, mergulhadores!
O post de hoje é uma homenagem a Carlos Drummond de Andrade, que faleceu em 17 de agosto de 1987. Confiram o poema "Necrológio dos desiludidos do amor", interpretado por Fernanda Torres.
Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito.
Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.
Oh quanta matéria para os jornais.
Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.
Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas nos veremos
seja no claro céu ou turvo inferno.
Os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.
Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia...
Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados competentemente
(paixões de primeira e de segunda classe).
Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perderão o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.
(Carlos Drummond de Andrade)
Oi Ygo!
ResponderExcluirCarlos Drummond de Andrade é demais, adoro os poemas dele!
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Olá, Sora.
ExcluirEle é um #MITO
Beijos! :)
Drummond!!!! Sem comentário... Poesia em versos livres...Viva a poesia!!!!
ResponderExcluirApenas Drummond!
ExcluirVIVA!