Autor(a): Kéfera Buchmann
Editora: Paralela
Ano: 2015
Nº de páginas: 136
“Não refletimos sobre por que
estamos alegres. São os momentos tristes que exigem do nosso lado racional e
nos fazem ver como certas situações têm volta e outras, não. Que devemos tomar
cuidado com o que dizemos e fazemos para alguém. E o tempo, novamente, o tempo.
Sim, ele é o melhor remédio de todos!”.
“Oi, oi, gente!”. É assim que a
Kéfera Buchmann começa seus vídeos no YouTube, no canal 5inco Minutos. Eu
conheci o trabalho dela há alguns anos e me lembro de que cheguei a comentar
com algumas pessoas sobre como tinha curtido o canal, mas na época quase ninguém
o conhecia.
Voltei a ver a Kéfera em ação muito
tempo depois, na tela da MTV, apresentando o programa Coletivation. Só aí eu
fui perceber como a vlogueira que começou com um vídeo falando sobre o ódio por
vuvuzelas, após a Copa do Mundo de 2010, estava famosa e tinha virado uma
“febre” dentro e fora da internet.
Peguei esse livro já imaginando que
iria gostar muito, uma vez que quando eu acompanhava os vídeos da Kéfera,
bolava de tanto rir. E não deu outra. Estava rindo alto desde a introdução e continuei
assim durante boa parte do livro, exceto quando a autora fala de temas sérios,
como o bullying.
“Aliás, quem diz que criança é um ser inocente
não sabe o que está falando. Crianças podem ser as criaturas mais demoníacas
que existem, por mais que digam o contrário. Sabe por quê? Porque são sinceras
demais. Criança olha para uma velha com o peito caído, aponta, dá risada e diz
que ‘ela vai tropeçar na própria teta’. E ainda chamam de anjo? NUNCA!”.
"Pausa para foto fofa da Vilma. Por que esta foto aqui? Porque ela é fofa, ué." |
Uma surpresa para mim foi descobrir
que a Kéfera sofreu bullying na infância. Quem assiste aos vídeos dela nem
imagina o que ela passou por ter sido uma criança acima do peso. No livro,
apesar do tom descontraído que ela usou para expor esse problema, percebemos o
quanto deve ter sido difícil encarar aquelas situações. Kéfera também faz um
alerta para que outras pessoas não passem pelo mesmo sofrimento. Bullying é
coisa séria, galera!
Ter sido alvo de chacota pelos
colegas afetou a vida dela de várias maneiras. Ela chorava muito, a autoestima
era baixa, sentia vergonha de usar biquíni na frente das amigas magras e, com
isso, perdia ótimas oportunidades de viver coisas legais para a idade que ela
tinha. Quando chegou à adolescência, veio mais um problema, que foi o da
descoberta do amor. Ela sofria por não se encaixar naquele “padrão” que atraía
os olhares dos meninos do colégio e isso a deixava cada vez mais deprimida.
“Botei na cabeça que, se fosse
magra, o meu ‘amado’ começaria a olhar para mim. E aí adquiri a paranoia de
quase toda mulher: fazer regime. Fui me pesar com minha tia na farmácia e
estava com setenta quilos. E minha tia também. Mas minha tia tinha setenta anos
e eu, onze. E pesava o mesmo que ela”.
Mas, espera aí. A Kéfera também não
era nenhuma santa. Longe disso – como eu imaginava. Ela diz que suas
“traquinagens” (palavra que ela usa) a tornaram amiga da coordenadora, de tanto
ser expulsa da sala de aula. Uma das partes mais engraçadas é quando ela conta
que não tinha coragem de colar nas provas e, certa vez, resumiu um capítulo do
livro de história na batata da perna, mas depois jogou corretivo em cima da
tinta azul, com medo de ser flagrada.
"Que fase, hein?" |
A vlogueira fala ainda sobre as
dificuldades de ser mulher, TPM, faz críticas à ditadura da beleza, mas
confessa também que tem o seu lado mulherzinha e que é vaidosa. As histórias
que ela conta sobre depilação, por exemplo, são hilárias.
“Esperei a lutadora, quer dizer, a
depiladora terminar o que tinha que fazer e fui embora com a cabeça baixa, me escondendo,
como se estivesse com medo de esbarrar com alguma amiga ou de encontrar algum
conhecido, sei lá. Eu só queria ir embora”.
Antes de terminar o livro, eu já
tinha separado uma crítica, porque a Kéfera trata de vários assuntos e, no
último capítulo, retoma um deles, que é para falar sobre relacionamento e
desilusão amorosa. A princípio, senti que ficou meio deslocado, mas acabei
entendendo o motivo e achando genial.
É como um show de stand up, em que
o comediante precisa encerrar com a melhor piada, para levar a plateia ao
delírio e ficar com ela fresquinha na cabeça como uma lembrança do show. Então
foi o que a Kéfera fez, guardando para o final um caso bizarro que aconteceu
com ela. Ri demais!
“Acabei deixando escapar toda a
‘energia ruim’ que estava guardada dentro de mim naquele momento. No banco do
carro do cara com quem eu tinha acabado de terminar. Não, você não está lendo
errado. Eu realmente levei e dei um fora e me caguei toda”.
Muito mais que 5inco minutos é um
livro para quem quer conhecer um pouco mais sobre a Kéfera Buchmann e dar
ótimas risadas. Gostei tanto que li de um tiro só. Recomendadíssimo!
Oi Ygo!
ResponderExcluirJá tinha ouvido falar nesse livro, mas não fazia ideia de quem era a autora.
Mesmo não conhecendo o canal dela no YouTube, parece ser uma leitura muito legal!
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Olá, Sora.
ExcluirSim, a leitura é muito legal. Recomendo mesmo que você não conheça o canal no YouTube.
Beijos!