Olá, mergulhadores!
Algumas profissões vêm perdendo espaço ano após ano. Trabalhos manuais foram
substituídos por máquinas, gerando o chamado desemprego estrutural. Vale
ressaltar que a revolução tecnológica não é a única responsável por esse
cenário, mas tem sua parcela de contribuição.
Melhores condições
financeiras, por exemplo, levam o indivíduo a comprar um sapato novo em vez de mandar um velho para o conserto, ou a comprar uma roupa nova exposta na
vitrine em vez de levar uma peça até uma costureira para que faça pequenos
ajustes.
Com isso, o
trabalho desses profissionais é muitas vezes ofuscado e até esquecido. Você
pode nem imaginar de onde veio a colcha que cobre e decora a sua cama. Talvez
nunca tenha pensado nisso. Como seriam as mãos da pessoa que trabalhou naqueles
detalhes da costura: lisas e delicadas, ou ásperas, com marcas do tempo?
Dona Elisa
Monteiro, com seus 83 anos, segue à risca os ensinamentos de sua mãe,
que a impedia de ficar nas portas dos vizinhos ou de bater papo nas calçadas.
Ela foi criada assim e hoje é muito feliz na companhia da sua máquina de
costura. O domínio da arte dos tecidos se deu, segundo ela, por meio de muita
observação e da ajuda de Deus.
Casada há 60
anos, Dona Elisa tem com a costura um relacionamento com praticamente a mesma duração. Ela conta que trabalhou em roçado ajudando o pai, que era muito
rígido. Juntou o dinheiro que ganhava trabalhando em uma bodega e conseguiu
comprar sua primeira máquina. Começou a trabalhar por amor, não por
necessidade.
Dona Elisa
também já se aventurou a fazer labirinto, mas diz que prefere costurar:
“Labirinto é um bicho bom, mas dá muito trabalho”. Ela faz questão de destacar
que faz suas próprias roupas, porém se recusa a fazer para outras pessoas:
“Acontece de uma gostar e outra não gostar. Não quero. Cansei de fazer”, diz com convicção, enfatizando que se sente melhor ao fazer colchas de cama.
A procura pelos
serviços dela ainda é grande: “Um dia desses, eu recebi uma encomenda. Eram
umas trinta colchas. Deu muito trabalho, mas consegui entregar. Levei uns vinte
dias ou mais”, conta orgulhosa. As colchas são vendidas na loja da filha dela.
Cada uma custa de R$12,00 a R$15,00.
Quanto ao
dinheiro, ela diz que ganha pouco, mas não se importa, pois costurar é uma
forma de passar o tempo: “Pelo menos eu me distraio. É melhor do que dormir ou
ficar falando da vida alheia”. Apesar de reclamar da vista, que já não é tão
boa quanto antes, Dona Elisa ainda tem muita disposição para a costura.
Lindo o escrito a custura euito prazeroso ,saber do prazer de costurar sempre fez dela uma mulher diferente
ResponderExcluirObrigado, Flôr!
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