Título:
A Sangue Frio
Autor:
Truman Capote
Ano
de lançamento: 2003*
Editora:
Companhia das Letras
Nº
de páginas: 440
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A história
A Sangue Frio
é, segundo a definição do próprio autor Truman Capote, um romance de não-ficção.
O livro conta a história dos quatro membros da família Clutter, assassinados em Holcomb, uma
cidadezinha localizada no estado do Kansas, e também reconstitui a trajetória dos
responsáveis por essa chacina, Dick Hikcock e Perry Smith.
O
ano era 1959. Capote leu uma pequena nota no jornal The New York Times falando sobre os assassinatos e ficou com aquilo
martelando na cabeça durante um dia e meio, até que decidiu ir até Holcomb para
investigar com profundidade e escrever sobre o caso.
A
partir disso, o escritor realizou longas entrevistas com os moradores da região
e construiu uma relação muito próxima com os criminosos, traçando um perfil
humano sobre estes. Hikcock e Smith foram presos e condenados. Ambos foram
executados na forca em 1965.
Naquele
mesmo ano, a história foi publicada na revista The New Yorker, em quatro partes. Além do sucesso de vendas, A Sangue Frio se tornou um marco na
história do jornalismo e da literatura nos Estados Unidos.
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Opinião
Truman
Capote era um sujeito polêmico, mas inegavelmente talentoso com a arte das
palavras. Apesar de não viver do jornalismo, utilizava-se de suas técnicas para criar narrativas fora do convencional no mundo da ficção. O escritor não usava
gravador de voz, nem gostava de fazer anotações diante dos entrevistados. Foi por
isso que desenvolveu uma “habilidade” (bastante questionável) de memorizar até
95% de tudo o que ouvia.
A Sangue Frio
é um livro denso, daqueles que você precisa de um certo tempo para digerir por
completo. Sim, é uma obra rica em conteúdo! Isso porque Capote não se limitou a
narrar a história dos assassinatos e dos criminosos. Ele também se preocupou em
mostrar como a população daquela cidade pacata reagiu depois da chacina dos
Clutter. Por ter toda essa dimensão, é um livro que precisa ser lido com calma
e atenção redobradas.
Em
alguns momentos, principalmente no primeiro terço da história, senti a leitura
um pouco cansativa devido às passagens que se “desviavam” do foco principal do
enredo. Ao mesmo tempo, senti que determinados excessos cometidos pelo autor
foram importantes para dar mais corpo ao conjunto da obra, pois isso ajuda o
leitor a compreender o contexto e as circunstâncias do crime.
Em
2005, o livro ganhou uma adaptação para o cinema com o título Capote, rendendo o Oscar de Melhor Ator
a Philip Seymour Hoffman no ano seguinte. Assisti ao filme anos atrás e tentei
ao máximo não trazer minhas impressões para a leitura. Foi difícil, mas acho
que consegui. Pretendo rever o filme, agora com outro olhar. Recomendo (livro e
filme) a todos.
*O
livro foi publicado pela primeira vez em 1965.
Gostei da resenha Ygo. Me pareceu ser um livro bem profundo, mas acho que não seria uma leitura para o meu momento atual. Abraço!
ResponderExcluirwww.newsnessa.com
Oi, Vanessa!
ExcluirÉ um livro bem intenso mesmo. Anote a dica e não deixe de ler em outro momento. Beijos! Volte sempre.