domingo, 29 de outubro de 2017

[Mergulhei Fundo] - Depois a louca sou eu


Título: Depois a louca sou eu
Autor(a): Tati Bernardi
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2016
Nº de páginas: 144


“A felicidade só existe naquele minuto trinta e sete em que o Dorflex faz efeito e a nuca deixa de ser o pufe para os pés de um demônio gordo”.

Aviso: Livro não recomendado para pessoas emocionalmente fragilizadas. Porém, ao mesmo tempo, acho que elas o amariam, porque há trechos divertidíssimos, que podem ser terapêuticos. O problema é quando chegarem àquelas partes meio “que fossa, hein”, que podem deixá-las ainda mais fragilizadas. Ah, na verdade eu não sei o que estou dizendo. É possível que a loucura da autora tenha grudado em mim e eu só esteja aqui tentando passá-la adiante. Protejam-se!

“O tarja preta virou o pretinho básico. Se você espirrar no consultório, o médico te receita um. Parei. E, de 'daqui a pouco' em 'daqui a pouco', prorrogo a loucura para nunca”.

Remédios. Do começo ao fim do livro, Tati fala sobre remédios. Falou nomes de medicamentos que eu nem sabia que existiam. Com isso, ela expôs os problemas dela abertamente. E olha que os fantasmas são muitos: medo de avião, fobia social, crises de pânico, dentre outros. Os relatos são cheios de humor e o sarcasmo permeia grande parte dos textos. Mesmo retratando temas e situações que (normalmente) não dariam espaço para comentários mais “descontraídos”, Tati conseguiu fazer piada. E das boas.

O que eu conhecia do trabalho da autora eram algumas publicações que vi pelo Facebook. Lendo o livro, descobri que ela foi colaboradora da novela A Vida da Gente (2011/2012), roteirista de algumas séries de humor da Rede Globo e também dos filmes Meu passado me condena 1 e 2, de 2013 e 2015, respectivamente.

Ela fala bastante sobre o universo feminino, mas muitos homens podem se identificar com os textos dela – como foi o meu caso. Tati demonstra ser muito sensível ao escrever sobre os dramas do cotidiano, porque os relatos são, acima de qualquer coisa, cobertos de humanidade.

“Como se faz para ir a qualquer lugar sem achar isso gigantescamente insuportável? Sem ficar cansada antes mesmo de ir?”.

Foi um mergulho bem rápido e, mesmo com tantas “observações aleatórias” inseridas no meio do texto, a leitura fluiu sem maiores dificuldades. Esse livro me proporcionou diversas sensações entre uma página e outra, porque acabei embarcando na montanha-russa emocional da autora. Ainda pretendo ler outras obras dela, mas antes vou ter que me recuperar do impacto dessa leitura. Falando nisso, vai um Rivotril aí?

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