Autor(a): Eliane Brum
Editora: Arquipélago Editorial
Ano: 2006
Nº de páginas: 208
“Porque
uma frase só existe quando é a extensão em letras da alma de quem a diz. É a
soma das palavras e da tragédia que contém. Se não for assim, é só uma
falsidade de vogais e de consoantes, um desperdício de som e de espaço”. (p. 36)
No ano de 1999, Eliane Brum
publicou suas crônicas-reportagens na coluna “A vida que ninguém vê”, no jornal
Zero Hora. Com o sucesso, seus textos
acabaram virando essa obra maravilhosa que tive o prazer de ler. A repórter,
ávida por narrativas que não ganham destaque nos jornais, fez um mergulho
no interior de pessoas anônimas e contou suas histórias.
Aparentemente, aquelas pessoas não
tinham nada de extraordinário para dizer. Seus relatos não ganhariam sequer uma
nota no canto da página do jornal, mas, tratando-se de Eliane Brum, a vida mais
corriqueira pode se transformar em uma reportagem capaz de amolecer até o mais
duro dos corações.
“Sim,
porque sonhos não se encontram nas prateleiras, não basta atirar o cartão de
crédito no balcão e sair com um debaixo do braço. Sonhos são touros xucros”.
(p. 132)
As crônicas que eu mais gostei,
foram: Adail quer voar, que traz a
história de um homem que trabalha como carregador de malas em um aeroporto, mas
nunca voou; e Sinal fechado para Camila,
com o relato emocionante sobre uma pedinte que fazia pequenos versos para pedir
uns trocados.
“Uma
vida só faz sentido para quem a viveu. Para todos os demais é um quebra-cabeça
onde nada encaixa”. (p. 161)
A leitura foi bem rápida. As crônicas
são curtas e a autora escreve de um jeito tão perfeito, que nem percebi que
tinha acabado de ler. Sabe aquele livro que faz a gente olhar o mundo de uma
forma diferente? A vida que ninguém vê é
assim. Por isso, falo sem medo: todo mundo precisa ler esse livro.
Então, quem já leu? O que acharam?
Deixem comentários. Até a próxima!
Oi Ygo!
ResponderExcluirNão conhecia esse livro, mas as crônicas parece ser interessantes mesmo! Ás vezes tem histórias incríveis acontecendo no mundo real, só esperando para serem escritas.
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Olá, Sora.
ExcluirÉ verdade. Incrível também é a sensibilidade dessa autora. Recomendo muito o livro.
Beijos!