Título: O Mistério da Casa na Praia
Autor(a): Nádia São Paulo
Ano de lançamento: 2011
Editora: Novo Século
Nº de páginas: 222
# A história
Elizabete, dona
de casa sensível e com um lado artístico; Eduardo, engenheiro civil competente
e respeitado; e Ana Julia, a filha adolescente do casal, estavam acostumados
com uma vida “nômade”. Como Eduardo vivia sendo transferido de uma cidade para
outra, por conta do trabalho, a família nunca se fixava em um lugar por muito
tempo.
Em mais uma
entre tantas mudanças, eles chegaram a Guarapari, um belo balneário situado no
estado do Espírito Santo. Os três estavam empolgados com o novo lar. Quem
seriam seus novos amigos? O que o futuro lhes reservava? Quanto tempo eles
passariam ali até se mudarem mais uma vez? Essas eram perguntas frequentes na ocasião.
O encanto
começou a se quebrar no dia em que Elizabete viu uma menina toda machucada
rondando a casa. Ela falou sobre a visão que teve, mas quase ninguém acreditou
nela. Com o passar dos dias, as aparições se tornaram mais frequentes e
Elizabete procurou desvendar esse mistério. Quem seria aquela garota? O que ela
queria? Será que o relacionamento da família estaria em risco?
# Opinião
O principal problema
que encontrei neste livro foi o fato de ele não ter tanto mistério quanto eu
achei que teria. A capa é maravilhosa, tem um clima de filme de terror e o
enredo é intrigante. No entanto, senti dificuldade para mergulhar na proposta
do livro e a leitura acabou ficando monótona.
Outro ponto
negativo foram os personagens irreais. Elizabete, Eduardo e Ana Julia formam
uma família irritantemente perfeita dos comerciais de margarina. Existiram
alguns conflitos entre eles, mas nada que me fizesse mudar de opinião e vê-los
como uma família normal. Até porque eram discussões infantis que se resolviam
logo na página seguinte.
Entre esses
três, eu gostei mais da Ana Julia. Como dizia no próprio livro, ela parecia ser
mais velha do que os pais. Enquanto que eu não consegui sentir empatia por
Elizabete. Eu não a imaginei como uma mulher amedrontada com aparições de
fantasmas, nem como uma guerreira querendo proteger sua família. Apesar do
esforço, só visualizei a imagem de uma dondoca chata e fútil.
O mistério
envolvendo a casa na praia, que deveria ser o centro da história, foi
abocanhado por questões secundárias, como o romance bobinho entre Ana Julia e
Leonardo (filho dos caseiros), que preencheu boa parte do livro. Além disso, as
coisas demoraram a chegar ao clímax e, quando chegaram, resolveram-se
rapidamente em poucas páginas.
O final conseguiu
ser imprevisível. A autora soube conduzir os fatos por uma direção, para depois
mudar o rumo e levar o seu leitor para o lado oposto. Eu, particularmente, não
esperava aquele desfecho. Deixei escapar alguns detalhes e fui surpreendido.
A escrita da
autora tem um frescor. Apesar da temática, ela narra de um jeito leve. Nádia
São Paulo tem um grande potencial. Considero que ela se saiu melhor com a trama
investigativa de “Morte no Litoral”, já resenhado aqui no blog, do que com o
suspense sobrenatural.
Leitura recomendada
aos amantes do gênero e àqueles que procuram uma história para se distrair sem
compromisso. Até a próxima!
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