quarta-feira, 21 de outubro de 2015

[Mergulhei Fundo] - Muito mais que 5inco minutos


Título: Muito mais que 5inco minutos
Autor(a): Kéfera Buchmann
Editora: Paralela
Ano: 2015
Nº de páginas: 136

“Não refletimos sobre por que estamos alegres. São os momentos tristes que exigem do nosso lado racional e nos fazem ver como certas situações têm volta e outras, não. Que devemos tomar cuidado com o que dizemos e fazemos para alguém. E o tempo, novamente, o tempo. Sim, ele é o melhor remédio de todos!”.

“Oi, oi, gente!”. É assim que a Kéfera Buchmann começa seus vídeos no YouTube, no canal 5inco Minutos. Eu conheci o trabalho dela há alguns anos e me lembro de que cheguei a comentar com algumas pessoas sobre como tinha curtido o canal, mas na época quase ninguém o conhecia.

Voltei a ver a Kéfera em ação muito tempo depois, na tela da MTV, apresentando o programa Coletivation. Só aí eu fui perceber como a vlogueira que começou com um vídeo falando sobre o ódio por vuvuzelas, após a Copa do Mundo de 2010, estava famosa e tinha virado uma “febre” dentro e fora da internet.

Peguei esse livro já imaginando que iria gostar muito, uma vez que quando eu acompanhava os vídeos da Kéfera, bolava de tanto rir. E não deu outra. Estava rindo alto desde a introdução e continuei assim durante boa parte do livro, exceto quando a autora fala de temas sérios, como o bullying.

“Aliás, quem diz que criança é um ser inocente não sabe o que está falando. Crianças podem ser as criaturas mais demoníacas que existem, por mais que digam o contrário. Sabe por quê? Porque são sinceras demais. Criança olha para uma velha com o peito caído, aponta, dá risada e diz que ‘ela vai tropeçar na própria teta’. E ainda chamam de anjo? NUNCA!”.

  
"Pausa para foto fofa da Vilma. Por que esta foto aqui? Porque ela é fofa, ué."

Uma surpresa para mim foi descobrir que a Kéfera sofreu bullying na infância. Quem assiste aos vídeos dela nem imagina o que ela passou por ter sido uma criança acima do peso. No livro, apesar do tom descontraído que ela usou para expor esse problema, percebemos o quanto deve ter sido difícil encarar aquelas situações. Kéfera também faz um alerta para que outras pessoas não passem pelo mesmo sofrimento. Bullying é coisa séria, galera!

Ter sido alvo de chacota pelos colegas afetou a vida dela de várias maneiras. Ela chorava muito, a autoestima era baixa, sentia vergonha de usar biquíni na frente das amigas magras e, com isso, perdia ótimas oportunidades de viver coisas legais para a idade que ela tinha. Quando chegou à adolescência, veio mais um problema, que foi o da descoberta do amor. Ela sofria por não se encaixar naquele “padrão” que atraía os olhares dos meninos do colégio e isso a deixava cada vez mais deprimida.

“Botei na cabeça que, se fosse magra, o meu ‘amado’ começaria a olhar para mim. E aí adquiri a paranoia de quase toda mulher: fazer regime. Fui me pesar com minha tia na farmácia e estava com setenta quilos. E minha tia também. Mas minha tia tinha setenta anos e eu, onze. E pesava o mesmo que ela”.

Mas, espera aí. A Kéfera também não era nenhuma santa. Longe disso – como eu imaginava. Ela diz que suas “traquinagens” (palavra que ela usa) a tornaram amiga da coordenadora, de tanto ser expulsa da sala de aula. Uma das partes mais engraçadas é quando ela conta que não tinha coragem de colar nas provas e, certa vez, resumiu um capítulo do livro de história na batata da perna, mas depois jogou corretivo em cima da tinta azul, com medo de ser flagrada.

"Que fase, hein?"

A vlogueira fala ainda sobre as dificuldades de ser mulher, TPM, faz críticas à ditadura da beleza, mas confessa também que tem o seu lado mulherzinha e que é vaidosa. As histórias que ela conta sobre depilação, por exemplo, são hilárias.

“Esperei a lutadora, quer dizer, a depiladora terminar o que tinha que fazer e fui embora com a cabeça baixa, me escondendo, como se estivesse com medo de esbarrar com alguma amiga ou de encontrar algum conhecido, sei lá. Eu só queria ir embora”.

Antes de terminar o livro, eu já tinha separado uma crítica, porque a Kéfera trata de vários assuntos e, no último capítulo, retoma um deles, que é para falar sobre relacionamento e desilusão amorosa. A princípio, senti que ficou meio deslocado, mas acabei entendendo o motivo e achando genial.

É como um show de stand up, em que o comediante precisa encerrar com a melhor piada, para levar a plateia ao delírio e ficar com ela fresquinha na cabeça como uma lembrança do show. Então foi o que a Kéfera fez, guardando para o final um caso bizarro que aconteceu com ela. Ri demais!

“Acabei deixando escapar toda a ‘energia ruim’ que estava guardada dentro de mim naquele momento. No banco do carro do cara com quem eu tinha acabado de terminar. Não, você não está lendo errado. Eu realmente levei e dei um fora e me caguei toda”.

Muito mais que 5inco minutos é um livro para quem quer conhecer um pouco mais sobre a Kéfera Buchmann e dar ótimas risadas. Gostei tanto que li de um tiro só. Recomendadíssimo!

2 comentários:

  1. Oi Ygo!
    Já tinha ouvido falar nesse livro, mas não fazia ideia de quem era a autora.
    Mesmo não conhecendo o canal dela no YouTube, parece ser uma leitura muito legal!

    Beijos,
    Sora - Meu Jardim de Livros

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    Respostas
    1. Olá, Sora.
      Sim, a leitura é muito legal. Recomendo mesmo que você não conheça o canal no YouTube.
      Beijos!

      Excluir

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