terça-feira, 25 de abril de 2017

Poema: A Moreninha

CONTÉM SPOILER

Joaquim Manuel de Macedo
Trata como filha a sua história
Um romance de amor verdadeiro
Que ficará para sempre na memória

Quatro jovens estudantes
Um futuro inteiro pela frente
Resolvem brincar com o destino
Aceitando uma aposta imprudente

Filipe, neto de Dona Ana,
Convida seus amigos para a ilha
E lhes apresenta entusiasmado
As belas moças de sua família

Um jardim com flores perfumadas
São suas primas, Joana e Joaquina,
Existe ainda uma terceira,
Sua travessa irmã, Carolina

Quinze dias seriam o bastante
Para definir quem seria o autor
O infeliz narrador do romance
Que confessaria o crime do amor

O caráter de Augusto torna-se público
Durante um jantar tumultuado
Já que conquista várias mulheres,
Mas nunca está apaixonado

Augusto se explica à Dona Ana,
Devido ao incômodo jantar
Surge assim a oportunidade
De a seguinte história contar:

Certo dia encontrou uma menina,
Teve a audácia de fazer um juramento,
Teriam que guardar os seus breves
Para poderem concretizar o casamento

Um breve de cor verde e outro branco
Guardando objetos de valor
Uma esmeralda e um camafeu
Simbolizando a história de amor

No baile, Augusto conquistou corações
Deixando as moças intrigadas,
Bolaram um plano de vingança
E acabaram saindo tosquiadas

Augusto via Carolina
Como uma menina qualquer,
Mas com o passar das horas
Já a via como uma grande mulher

Carolina cuidava da Dona Paula,
A sua dedicada ama
Enquanto Augusto absorvia as fofocas
Que ouviu embaixo da cama

O sentimento aumentava a cada instante,
E as incertezas de ser correspondido,
O sofrimento acabaria com a declaração
Se ela não o tivesse interrompido

Augusto voltou para casa,
Um rastro de saudade deixou
Deitado em sua cama, pensava
Na moreninha que outro dia visitou

Seu pai o levou para a ilha,
Pois sofria com a sua postura,
Reencontrou a amada Carolina
E se dedicou às aulas de costura

Bordou o nome de sua mestra
Como prova de sua paixão
E ela, com ciúmes de outra mulher,
Envenenou-o com sua ingratidão

Augusto a pediu em casamento,
Carolina recusou o pedido,
Mandou-o procurar a mulher
A quem ele já estava prometido

Carolina era a mulher
Que Augusto no passado conheceu
Por isso intitulou de “A Moreninha”
O romance que ele mesmo escreveu

O amor é um sentimento confuso
O seu destino é capaz de mudar
É fogo que arde na alma
E ninguém consegue explicar.

5 comentários:

  1. Ygo!
    Lindo ver uma obra clássica ser retratada através da criação de um poema.
    Bem diferente a forma de análise e muito bem escrita.
    Bom final de semana!
    “A sabedoria é a única riqueza que os tiranos não podem expropriar.” (Khalil Gibran)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP COMENTARISTA ABRIL especial de aniversário, serão 6 ganhadores, não fique de fora!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Rudy!
      Fico feliz que tenha gostado.
      Um beijo. Volte sempre!

      Excluir
  2. Deu até vontade de ler de novo de tão bem escrito. Ficou muito legal.
    Gostei de seu blogue, ler sobre livos não enjoa nunca. O que você acha de um post sobre livros adolescentes, ou coisa do tipo? Tchau!

    http://leiturasdeumablogueira.blogspot.com/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Bárbara.
      Acho bem legal essa ideia. Recomendo que você inclua títulos nacionais também. =)

      Beijos!

      Excluir

AGORA QUE VOCÊ JÁ MERGULHOU NA LEITURA, DEIXE O SEU COMENTÁRIO. ELE É MUITO IMPORTANTE PARA O CRESCIMENTO DO BLOG. OBRIGADO!!!

Obs.: comentários ofensivos serão deletados.