sábado, 6 de maio de 2017

Entrevista com Bianca Gulim - Final

Olá, mergulhadores!

Hoje vocês vão conferir a parte final da entrevista com a nossa parceira Bianca Gulim. Para ler a primeira parte, basta clicar aqui. 

Cartinha + marcadores enviados pela autora
Mergulhando Na Leitura: Na sua obra Sobreviventes do Caos, a raiva é um tipo de combustível para Celine seguir em frente. Até que ponto você acredita que alimentar esse sentimento traz benefícios a ela?
Bianca Gulim: Ótima pergunta, Ygo! Na questão de sobrevivência, a raiva é essencial para ela. Não é só um combustível que a faz seguir em frente, em busca de vingança, mas também a torna mais forte e resistente em batalha. Claro que, na questão emocional, isso é muito negativo. Na sinopse no livro consta a pergunta: Celine encontrará espaço para a paixão, cercada de tanto ódio? É preciso maturidade para direcionar essa raiva para as pessoas certas, no momento certo. Muitas vezes a raiva a deixa cega, impedindo-a de tomar a melhor decisão que a situação exige, e isso a prejudica como líder. Mas, que opção ela tem? Quem não sentiria raiva diante das situações em que ela é posta? Ela vai ter que aprender a manipular racionalmente essas emoções dentro dela, criar uma inteligência emocional forte. Principalmente no segundo volume da trilogia, onde ela será colocada à prova mais como uma estrategista, do que como guerreira. 

MNL: O que os leitores podem esperar dos próximos livros da trilogia?
BG: Em Sobreviventes os personagens principais acabam agindo como podem, na surpresa que as situações trazem. Na sequência, mais cartas estarão na mesa, eles terão mais informações e poderão trabalhar melhor com elas. Uma grande traição será revelada, logo no começo. Celine terá que ser muito racional para lidar com ela. Aqui entrará a questão da pergunta anterior: ela atuará mais como estrategista, do que guerreira. Mas, não se preocupe, terá tanta ação quanto o primeiro volume. E muito romance, claro! Enfim, fortes emoções e zero enrolação!

MNL: O formato do seu livro é digital. Há planos (previsão) para disponibilizá-lo em formato impresso?
BG: Há previsão, sim. O livro está em processo de diagramação para impressão dos físicos. A princípio, serão poucos exemplares, pra sentir o mercado. Se a procura for grande, haverá investimento em nova leva. Acredito que em um mês eu já inicie a pré-venda. Fiquem ligados, os primeiros compradores ganharão um desconto especial!

MNL: Quais são as vantagens e as desvantagens do e-book?
BG: A vantagem é o baixo investimento, o que não te torna tão dependente de uma editora. Se você estiver bem inserido no meio editorial e tiver parceiros que possam te ajudar com o texto, você pode publicar um e-book sem gastar nada. Mas, é importante que o texto não seja produzido apenas por você. Uma revisão é essencial e uma preparação é muito valiosa. Se você não conhecer alguém com esse talento que possa te ajudar, terá que pagar pra um profissional, não tem milagre. Mas, é isso. Você não precisa pagar diagramação, impressão, distribuição, e outros. Tem vários programinhas que fazem capas, super simples. A diagramação para a Amazon é muito fácil de fazer, apenas no Word. Tem vídeos de 3 minutos no YouTube que ensinam a converter o arquivo Word em ePub, mobi, e qualquer outro tipo de arquivo que você quiser. Quanto ao processo de divulgação, o próprio autor pode fazer, sua dimensão vai depender da sua dedicação. O investimento financeiro é muito menor. Claro que aqui estou falando do escritor independente. A editora faz tudo isso pro autor, você só precisa estar disposto a abrir mão de 94% dos lucros que o que você criou trouxer. O e-book serve também pra provar para algumas editoras que o livro tem potencial de vendas, trazendo mais poder de barganha para que o escritor possa angariar uma remuneração mais justa.


A desvantagem é que não alcança tantos leitores. Apesar de ser uma grande aposta para o futuro, o e-book ainda sofre muito preconceito. Tem muita gente que se recusa a ler um livro digital, sem nem conhecer a ferramenta. Eu era uma delas. Demorei uns bons anos para investir no meu Kindle, e hoje não vivo sem. É uma facilidade sem fim! Tem muita gente que nem sabe que é possível ler um e-book pelo aplicativo, acreditando que é preciso investir na compra de um e-reader. Essas barreiras são complicadas de vencer. No meu processo de divulgação, eu encontrei muitos blogueiros que se recusaram a ler o livro em formato digital. Se até as pessoas que estão super envolvidas no meio literário não querem nem conhecer o e-book, imagine o leitor comum. Eu tenho muita fé que isso tem data marcada para acabar, até porque o e-book é um grande aliado na democratização do acesso à leitura. As gerações atuais já nasceram inseridas nessa tecnologia, então não existirá essa barreira para eles. Vamos esperar que eles cresçam e que a maioria tenha o hábito da leitura!

MNL: Quem são seus autores estrangeiros favoritos? E nacionais?
BG: De fora eu gosto muito da J. R. Ward, ela sabe manter o equilíbrio entre ação e romance. Sou muito fã da série A Irmandade da Adaga Negra. Nacional eu admiro muito a Patrícia Melo, apesar de ela ter uma característica que me incomoda muito: deixar o final em aberto. Mas, ela é muito fiel às personalidades dos personagens dela. Ela não se preocupa em ter palavrões no seu texto, se a personalidade do personagem exigir isso. Sua escrita é simples e muito fluída, o que eu valorizo muito em um texto, principalmente nos livros não tão recentes, onde era comum os escritores encherem o texto de "firulas". Escrita simples é um privilégio que só os escritores mais atuais podem usufruir, pois os leitores atuais buscam por isso. Claro que aqui estou falando do geral, sempre tem exceção pra tudo.

MNL: Na sua opinião, quanto a literatura brasileira já avançou e quanto ainda precisa avançar?
BG: Na questão da qualidade, a literatura nacional sempre teve e continua tendo, não só na escrita mas em toda a produção da obra. Na questão comercial, eu acho que o que avançou não foi diretamente a literatura brasileira, e sim a tecnologia. Hoje, vemos mais autores nacionais do que antigamente, porque o escritor não depende mais de editora para publicar suas obras. E isso não é consequência de uma mudança de atitude das editoras, e sim da chegada do e-book, decorrente da tecnologia. A auto publicação tá bombando no Brasil e a Amazon é a queridinha dos autores independentes. Com essa nova abertura, o leitor está tendo mais acesso a literatura nacional, está conhecendo mais, dando a chance que antes não dava. Mas, isso ainda é minoria. A maioria do leitor brasileiro quer o livro que tá bombando lá fora, e eu não consigo muito bem entender o motivo disso. Talvez marketing. Enfim, o importante é saber que a "culpa" da literatura estrangeira vender bem mais que a nacional no Brasil é muito mais do leitor, do que das editoras, das livrarias. As empresas atendem à demanda do mercado, ponto. Se os leitores passarem a exigir mais livros nacionais, as editoras e livrarias vão investir mais em livros nacionais. Não tem mistério. Pra editora é até mais barato investir no escritor brasileiro, iniciante. Mas, ela segue o mercado, esse é seu papel como empresa que visa lucro.


Eu acho que a literatura nacional ainda precisa avançar, mas o que eu vejo muito por aí é escritor nacional só reclamando, dizendo que as editoras não dão oportunidade, que os leitores nem chegam a ter conhecimento do seu livro e blá blá blá. Levanta a bunda da cadeira e vai atrás. Hoje, só distribuir original e ficar esperando não traz resultado, em maioria. Tem que dedicar tempo e trabalho. Publicar de maneira independente via e-book. Passar o dia todo atrás de parceria, divulgando nas redes, criando imagem para chamar atenção, escrever cada vez mais.... reclamar não adianta nada. Então, acho que falta mais dedicação do escritor nacional em divulgar sua obra, falta mais patriotismo dos leitores em optar por um livro nacional, falta mais visão das editoras em entenderem que é mais lucrativo levar os autores nacionais pra fora, do que trazer os internacionais pra dentro, falta investimento do governo em educação para incentivar a leitura, falta mais dos pais em internalizarem em seus filhos a cultua da leitura....vixi,  falta de todo mundo. Seguimos torcendo.

MNL: Muito obrigado pela entrevista. Agora, deixe uma mensagem aos leitores do MNL.
BG: Ah, obrigada você Ygo, pela oportunidade de levar mais de mim para os leitores. Suas perguntas foram muito criativas, parabéns. Para seus leitores, deixo a mensagem: se você gosta de muita ação e romance, e zero enrolação, não pode deixar de conhecer a trilogia 2323. Sobreviventes do Caos foi produzido com muita dedicação e carinho, e tem tudo pra conquistar os leitores jovens. Aos leitores que vêm comentando sobre o livro, gostaria de deixar o meu mais sincero agradecimento, é delicioso ter vocês como leitores.

Mergulho Rápido:

MNL: Uma palavra... 
BG: Paz!
MNL: Um sonho... 
BG: Trilogia 2323 nos cinemas!
MNL: Uma pessoa... 
BG: Minha mãe, me fez ser quem sou!
MNL: Um livro... 
BG: Sobreviventes do Caos (risos)!
MNL: Uma frase... 
BG: Cada cabeça sua sentença!
MNL: Um lugar... 
BG: Chácara Serra do Ribeirão!
MNL: Uma música... 
BG: Nem um dia!
MNL: Deus... 
BG: Onipresente!

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