Olá, mergulhadores!
Hoje vocês vão conferir a parte final da entrevista com a nossa parceira Bianca Gulim. Para ler a primeira parte, basta clicar aqui.
Cartinha + marcadores enviados pela autora |
Mergulhando Na Leitura: Na
sua obra Sobreviventes do Caos, a
raiva é um tipo de combustível para Celine seguir em frente. Até que ponto você
acredita que alimentar esse sentimento traz benefícios a ela?
Bianca Gulim: Ótima pergunta, Ygo! Na questão de
sobrevivência, a raiva é essencial para ela. Não é só um combustível que a faz
seguir em frente, em busca de vingança, mas também a torna mais forte e
resistente em batalha. Claro que, na questão emocional, isso é muito negativo.
Na sinopse no livro consta a pergunta: Celine encontrará espaço para a paixão,
cercada de tanto ódio? É preciso maturidade para direcionar essa raiva para as
pessoas certas, no momento certo. Muitas vezes a raiva a deixa cega,
impedindo-a de tomar a melhor decisão que a situação exige, e isso a prejudica
como líder. Mas, que opção ela tem? Quem não sentiria raiva diante das situações
em que ela é posta? Ela vai ter que aprender a manipular racionalmente essas
emoções dentro dela, criar uma inteligência emocional forte. Principalmente no
segundo volume da trilogia, onde ela será colocada à prova mais como uma
estrategista, do que como guerreira.
MNL: O que os leitores podem esperar dos próximos livros da trilogia?
BG: Em Sobreviventes os personagens principais acabam agindo como podem,
na surpresa que as situações trazem. Na sequência, mais cartas estarão na mesa,
eles terão mais informações e poderão trabalhar melhor com elas. Uma grande
traição será revelada, logo no começo. Celine terá que ser muito racional para
lidar com ela. Aqui entrará a questão da pergunta anterior: ela atuará mais
como estrategista, do que guerreira. Mas, não se preocupe, terá tanta ação
quanto o primeiro volume. E muito romance, claro! Enfim, fortes emoções e zero
enrolação!
MNL: O formato do seu livro é digital. Há planos (previsão) para
disponibilizá-lo em formato impresso?
BG: Há previsão, sim. O livro está em
processo de diagramação para impressão dos físicos. A princípio, serão poucos
exemplares, pra sentir o mercado. Se a procura for grande, haverá investimento
em nova leva. Acredito que em um mês eu já inicie a pré-venda. Fiquem ligados,
os primeiros compradores ganharão um desconto especial!
MNL: Quais são as vantagens e as desvantagens do e-book?
BG: A vantagem é o baixo investimento,
o que não te torna tão dependente de uma editora. Se você estiver bem inserido
no meio editorial e tiver parceiros que possam te ajudar com o texto, você pode
publicar um e-book sem gastar nada. Mas, é importante que o texto não seja
produzido apenas por você. Uma revisão é essencial e uma preparação é muito
valiosa. Se você não conhecer alguém com esse talento que possa te ajudar, terá
que pagar pra um profissional, não tem milagre. Mas, é isso. Você não precisa
pagar diagramação, impressão, distribuição, e outros. Tem vários programinhas
que fazem capas, super simples. A diagramação para a Amazon é muito fácil de fazer, apenas no Word. Tem vídeos de 3
minutos no YouTube que ensinam a converter o arquivo Word em ePub, mobi, e
qualquer outro tipo de arquivo que você quiser. Quanto ao processo de
divulgação, o próprio autor pode fazer, sua dimensão vai depender da sua
dedicação. O investimento financeiro é muito menor. Claro que aqui estou
falando do escritor independente. A editora faz tudo isso pro autor, você só
precisa estar disposto a abrir mão de 94% dos lucros que o que você criou
trouxer. O e-book serve também pra provar para algumas editoras que o livro tem
potencial de vendas, trazendo mais poder de barganha para que o escritor possa
angariar uma remuneração mais justa.
A desvantagem é que não alcança
tantos leitores. Apesar de ser uma grande aposta para o futuro, o e-book ainda
sofre muito preconceito. Tem muita gente que se recusa a ler um livro digital,
sem nem conhecer a ferramenta. Eu era uma delas. Demorei uns bons anos para
investir no meu Kindle, e hoje não vivo sem. É uma facilidade sem fim! Tem
muita gente que nem sabe que é possível ler um e-book pelo aplicativo,
acreditando que é preciso investir na compra de um e-reader. Essas barreiras
são complicadas de vencer. No meu processo de divulgação, eu encontrei muitos
blogueiros que se recusaram a ler o livro em formato digital. Se até as pessoas
que estão super envolvidas no meio literário não querem nem conhecer o e-book,
imagine o leitor comum. Eu tenho muita fé que isso tem data marcada para
acabar, até porque o e-book é um grande aliado na democratização do acesso à
leitura. As gerações atuais já nasceram inseridas nessa tecnologia, então não
existirá essa barreira para eles. Vamos esperar que eles cresçam e que a
maioria tenha o hábito da leitura!
MNL: Quem são seus autores estrangeiros favoritos? E nacionais?
BG: De fora eu gosto muito da J. R.
Ward, ela sabe manter o equilíbrio entre ação e romance. Sou muito fã da série
A Irmandade da Adaga Negra. Nacional eu admiro muito a Patrícia Melo, apesar de
ela ter uma característica que me incomoda muito: deixar o final em aberto.
Mas, ela é muito fiel às personalidades dos personagens dela. Ela não se
preocupa em ter palavrões no seu texto, se a personalidade do personagem exigir
isso. Sua escrita é simples e muito fluída, o que eu valorizo muito em um
texto, principalmente nos livros não tão recentes, onde era comum os escritores
encherem o texto de "firulas". Escrita simples é um privilégio que só
os escritores mais atuais podem usufruir, pois os leitores atuais buscam por
isso. Claro que aqui estou falando do geral, sempre tem exceção pra tudo.
MNL: Na sua opinião, quanto a literatura brasileira já avançou e quanto
ainda precisa avançar?
BG: Na questão da qualidade, a
literatura nacional sempre teve e continua tendo, não só na escrita mas em toda
a produção da obra. Na questão comercial, eu acho que o que avançou não foi
diretamente a literatura brasileira, e sim a tecnologia. Hoje, vemos mais
autores nacionais do que antigamente, porque o escritor não depende mais de
editora para publicar suas obras. E isso não é consequência de uma mudança de
atitude das editoras, e sim da chegada do e-book, decorrente da tecnologia. A
auto publicação tá bombando no Brasil e a Amazon
é a queridinha dos autores independentes. Com essa nova abertura, o leitor está
tendo mais acesso a literatura nacional, está conhecendo mais, dando a chance
que antes não dava. Mas, isso ainda é minoria. A maioria do leitor brasileiro
quer o livro que tá bombando lá fora, e eu não consigo muito bem entender o
motivo disso. Talvez marketing. Enfim, o importante é saber que a
"culpa" da literatura estrangeira vender bem mais que a nacional no
Brasil é muito mais do leitor, do que das editoras, das livrarias. As empresas
atendem à demanda do mercado, ponto. Se os leitores passarem a exigir mais
livros nacionais, as editoras e livrarias vão investir mais em livros
nacionais. Não tem mistério. Pra editora é até mais barato investir no escritor
brasileiro, iniciante. Mas, ela segue o mercado, esse é seu papel como empresa
que visa lucro.
Eu acho que a literatura nacional
ainda precisa avançar, mas o que eu vejo muito por aí é escritor nacional só
reclamando, dizendo que as editoras não dão oportunidade, que os leitores nem
chegam a ter conhecimento do seu livro e blá blá blá. Levanta a bunda da
cadeira e vai atrás. Hoje, só distribuir original e ficar esperando não traz
resultado, em maioria. Tem que dedicar tempo e trabalho. Publicar de maneira
independente via e-book. Passar o dia todo atrás de parceria, divulgando nas redes,
criando imagem para chamar atenção, escrever cada vez mais.... reclamar não
adianta nada. Então, acho que falta mais dedicação do escritor nacional em
divulgar sua obra, falta mais patriotismo dos leitores em optar por um livro
nacional, falta mais visão das editoras em entenderem que é mais lucrativo
levar os autores nacionais pra fora, do que trazer os internacionais pra
dentro, falta investimento do governo em educação para incentivar a leitura,
falta mais dos pais em internalizarem em seus filhos a cultua da
leitura....vixi, falta de todo mundo.
Seguimos torcendo.
MNL: Muito obrigado pela entrevista. Agora, deixe uma mensagem aos
leitores do MNL.
BG: Ah, obrigada você Ygo, pela
oportunidade de levar mais de mim para os leitores. Suas perguntas foram muito
criativas, parabéns. Para seus leitores, deixo a mensagem: se você gosta de
muita ação e romance, e zero enrolação, não pode deixar de conhecer a trilogia
2323. Sobreviventes do Caos foi
produzido com muita dedicação e carinho, e tem tudo pra conquistar os leitores
jovens. Aos leitores que vêm comentando sobre o livro, gostaria de deixar o meu
mais sincero agradecimento, é delicioso ter vocês como leitores.
Mergulho
Rápido:
MNL: Uma
palavra...
BG: Paz!
MNL: Um
sonho...
BG: Trilogia 2323 nos
cinemas!
MNL: Uma
pessoa...
BG: Minha mãe, me fez ser
quem sou!
MNL: Um
livro...
BG: Sobreviventes do Caos
(risos)!
MNL: Uma
frase...
BG: Cada cabeça sua
sentença!
MNL: Um
lugar...
BG: Chácara Serra do
Ribeirão!
MNL: Uma
música...
BG: Nem um dia!
MNL: Deus...
BG: Onipresente!
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