sábado, 11 de dezembro de 2021

#Resenha: "O mistério do Trem Azul"

Título: O mistério do Trem Azul

Autor(a): Agatha Christie

Ano de lançamento: 2014*

Editora: L&PM Pocket

Nº de páginas: 272



# A história

Ruth Kettering é uma herdeira riquíssima que recebe de seu pai um valioso rubi conhecido como “Coração de Fogo”, que faz parte de um colar que chama a atenção de muitos ladrões e colecionadores. A jovem vive um casamento infeliz e ainda pensa em um ex-namorado de caráter duvidoso, com quem foi obrigada pelo pai a romper.

O que o poderoso Rufus van Aldin não imaginava era que sua filha se casaria com o aventureiro Derek, que mantinha um caso com uma dançarina. Ao notar que o casamento de Ruth vai de mal a pior, o milionário tenta convencê-la de que o divórcio é a melhor solução. Para acelerar as coisas, ele também vai atrás do genro e propõe um acordo que só piora o clima de tensão.

A essa altura, a jovem já estava com uma viagem marcada para Nice, na Riviera Francesa. Apesar do alerta de seu pai para deixar o estojo de joias no banco, ela leva o presente consigo no luxuoso Trem Azul. No caminho, o pressentimento de Van Aldin acaba se confirmando: sua filha é assassinada e o “Coração de Fogo” é roubado. Derek se torna o principal suspeito.

Quis o destino que o competente Hercule Poirot estivesse a bordo. Com a ajuda de Katherine Gray, passageira com quem a vítima teve uma conversa íntima durante a viagem, o detetive tenta solucionar esse misterioso caso de roubo e assassinato.


# Opinião

No post sobre minhas primeiras impressões de O mistério do Trem Azul, citei que considerava o Sr. Van Aldin a “vítima ideal”. Porém, com o desenvolvimento da trama, percebi o quanto o personagem é necessário. Suas falas autoritárias e machistas incomodam, mas fazem a história andar. Praticamente todos os outros personagens agem a partir dos movimentos do milionário arrogante.

Por falar em movimento, não posso deixar de mencionar a ambientação. Agatha Christie sabe muito bem como criar conflitos em trens. O clássico Assassinato no Expresso do Oriente é a maior prova disso. A diferença mais significativa é que o enredo de O mistério do Trem Azul se desenrola em vários outros ambientes. Afinal, os passageiros não ficam presos por causa da neve.

Isso me agradou bastante, pois as investigações do crime não se tornaram monótonas como as do outro livro, que ganhou uma adaptação em 2017. Falando em investigações, o trabalho de Hercule Poirot é impecável (como de costume). No entanto, para variar, não consegui acompanhar o raciocínio do detetive belga até o mistério ser solucionado.

Já vi pessoas criticarem os livros de Agatha Christie com o argumento de que a autora nos coloca em desvantagem em relação aos investigadores. E admito: isso acontece em algumas obras dela, mas não achei que foi o caso aqui (há resenhas no Skoob falando que sim). A questão é que as pistas são lançadas em diálogos que parecem não ter importância. Só quando Poirot explica como o crime foi cometido é que a gente se dá conta de qual era a teoria do bigodudo desde o começo.

O único ponto negativo que destaco é a presença de personagens sem função e que simplesmente desaparecem de uma hora para outra. Uma delas demonstra ser ambiciosa, o que poderia ter levantado alguma suspeita quanto ao roubo dos rubis. Mas não passa de fogo de palha, pois ela acaba esquecida e o detetive nem chega a conhecê-la. Enfim, trata-se de um núcleo desconectado da história principal.

Ainda assim, achei um livro excelente. Movimentado, intrigante e misterioso, é um prato cheio para fãs de romances policiais. Deixem comentários com a opinião de vocês também!

* Publicado originalmente em 1928.


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