terça-feira, 11 de abril de 2017

Entrevista com Bianca Gulim - Parte I

Olá, mergulhadores!

No post de hoje, vocês vão conferir a primeira parte de uma entrevista com a autora Bianca Gulim, que é parceira aqui do blog. Espero que gostem!


Nome completo – Bianca Gulim de Carvalho         

Data de nascimento – 18/01/1990

Naturalidade – São Paulo/SP

Grau de formação – Pós-graduação completa

Profissão – Escritora




Mergulhando Na Leitura: Fale um pouco sobre você, para que os nossos leitores a conheçam melhor.
Bianca Gulim: Huum, tão difícil falar de mim (risos). Vamos lá: tenho 27 anos, sou formada em Administração com especialização em RH. Em toda a minha vida profissional atuei no ambiente corporativo, naquela correria que eu sei que você conhece bem. Eu nunca tinha pensado em escrever, apesar de sempre ter notado que eu tinha certo talento. Mas, eu tinha essa referência como atuação no mercado de trabalho e trabalhos acadêmicos. Em 2015, percebi que o meu trabalho não me satisfazia mais profissionalmente. Então, me afastei do ambiente corporativo e dediquei um tempo para mim, para refletir sobre minhas opções, sobre meus talentos. Nesse momento de auto reflexão surgiu a vontade de escrever e eu tentei. Achei o resultado bacana e a atividade prazerosa. Desde então me dedico unicamente a escrita, mas é uma escolha complicada. Todos sabem que é uma carreira que demora muito para deslanchar, para maioria. Não sei se poderei me dedicar apenas a escrita o tempo necessário para conseguir viver disso. Mas, essa é a luta de todo escritor, não? Vamos seguindo acreditando.

MNL: No Facebook, você é Bianca Carvalho, mas seu livro é assinado como Bianca Gulim. Por que essa distinção?
BG: Na verdade é um coincidência. No Instagram, estou como Bianca Gulim. Não sei se foi o próprio Facebook que escolheu meu segundo sobrenome, ou se foi eu mesma que optei pelo Carvalho. Normalmente uso o Gulim, por isso no livro está Bianca Gulim. No começo da carreira do escritor, eu não acredito muito em fazer seu nome ter mais destaque do que o livro, de qualquer maneira. E eu também sempre mantive uma divisão bem clara entre o pessoal e o profissional. Por isso, criei redes sociais para o livro e todo o conteúdo é postado lá. Sei que na profissão de escritor a mistura entre o profissional e o pessoal será inevitável, mas eu não acho que seja o momento agora. Talvez quando eu publicar outros títulos, talvez. Enfim, não penso muito nisso e a diferença de nomes no Facebook foi mesmo uma coincidência (risos).

MNL: Como foi o processo de criação da trilogia 2323? Os três livros já foram concluídos?
BG: Ainda estou escrevendo o segundo volume. Eu escrevo rápido, Sobreviventes do Caos foi escrito em três meses. O grande problema é toda a produção do texto: releituras, revisão, preparação, editoração, leitura crítica. Todo esse processo é muito lento, principalmente para o escritor independente, que tem que buscar no mercado um profissional para cada atuação, suas referências, negociar valores.... Mas, estou confiante que o segundo volume da trilogia 2323 seja lançado em e-book ainda esse ano.

MNL: Entre tantas obras distópicas do universo literário, qual é o diferencial da sua trilogia?
BG: Considero que a trilogia 2323 se diferencia da maioria das distopias em dois pontos: não há enrolação na história, as coisas acontecem rápido e o leitor não precisa esperar até as últimas páginas para ver todos os desfechos da trama; e a presença de um romance bem desenvolvido, com as cenas entre o casal principal narrada. Eu sou muito fã de cenas de ação e cenas eróticas. Sempre me frustrou muito ter que escolher entre um e outro. Qual distopia você conhece com cenas quentes? Se conhecer outra além de Sobreviventes, me indica que eu vou adorar. Detesto esperar até o final do livro pra ler um beijinho de nada.

MNL: Além da distopia, com quais gêneros literários você se identifica e pretende investir futuramente?
BG: Já estou produzindo um policial, com duas narrações: o assassino em série e a detetive. Eles vão ter um relacionamento romântico, sem que a detetive saiba que seu novo parceiro é o criminoso que ela procura, é claro. Estou bem animada, acho que esse título promete. Não sei no que mais eu posso me aventurar, acho que a escolha do gênero para escrita coincide com o gosto literário. Eu gosto de distopias, policiais, eróticos, suspenses... acho que a única coisa que eu não escreveria é um livro que fale unicamente sobre romance, que é o que eu detesto ler.

MNL: Qual o desafio de incluir um romance num cenário tão caótico no qual a história se passa?
BG: O desafio é manter o equilíbrio. Nem muitas páginas só de ação, nem muitas páginas só de romance. É difícil também fazer o romance se encaixar, não fazer o leitor se perguntar: "como essa protagonista consegue pensar em romance com todo o mundo desmoronando ao seu redor?". Por isso eu escolhi um romance forte, avassalador, incontrolável. E uma protagonista que se deixa levar pelas emoções, não tanto racional. Se fosse diferente, talvez não fizesse sentido para os leitores, ou para mim. Celine vê em Max sua fonte de amor, carinho, prazer. Ela não só o ama, mas também precisa dele nesses momentos conturbados, tristes. Ele a faz enxergar um final feliz no fim do túnel. Isso é importante para continuar lutando, quando existem mais perdas do que conquistas: saber que o final feliz estará te esperando se você triunfar.

MNL: Podemos considerar a Celine uma representante do movimento feminista? A personagem foi inspirada em alguém?
BG: Nenhum dos personagens foi inspirado em alguém. E não considero a Celine representante do movimento feminista. Ela não luta por igualdade de gêneros, o machismo não é presente na história. Escolher uma protagonista feminina não teve nada a ver com essa questão. A narração é em primeira pessoa. Sendo mulher, seria uma dificuldade muito grande pra mim descrever todos os pensamentos e sentimentos de um homem, porque as diferenças são muito grandes. Apesar da Celine não ser inspirada em mim, eu sei como uma mulher se sente na alegria, na tristeza, em um relacionamento... claro que existem inúmeras diferenças entre mulheres, mas só o fato de eu ser uma mulher facilita muito o entendimento da personalidade da personagem, a escolha de suas atitudes e o embasamento para isso. Essa é a primeira vez que eu penso nisso, na verdade. Desde que eu comecei a pensar em escrever um livro, eu sabia que minha protagonista seria mulher, mas nunca refleti sobre o motivo dessa escolha, foi automático.

MNL: Você já se imaginou como uma sobrevivente do caos? Como você se comportaria?
BG: Já, muitas vezes! Em várias cenas eu fico pensando como eu reagiria, se estivesse lá. Olha, eu acho que eu seria uma das primeiras a morrer (risos). Infelizmente, a natureza humana revela uma verdade em situações de sobrevivência: ou mata, ou morre. Eu não teria a frieza necessária para matar, e isso me tornaria fraca. Eu também não tenho o condicionamento físico para luta (risos). Seria uma tragédia! Eu poderia contribuir, no máximo, para algum tipo de estratégia. Mas, seria boazinha demais, não conseguiria tomar decisões que afetassem tão negativamente outras pessoas.



*Em breve, postarei a segunda parte da entrevista. Abraço!

2 comentários:

  1. Ygo!
    Entrevista bem conduzida e respostas claras da escritora.
    Bom poder conhecer um pouco mais, tanto da vida pessoal, como do processo criativo dela.
    O livro tem sido bem comentado e gostaria muito de apreciar a leitura, porque nada como uma boa distopia e com romance...
    Bom final de semana!
    “A sabedoria é a única riqueza que os tiranos não podem expropriar.” (Khalil Gibran)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP COMENTARISTA ABRIL especial de aniversário, serão 6 ganhadores, não fique de fora!

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    Respostas
    1. Olá, Rudy.
      Em breve, postarei a parte final da entrevista.
      Ah, leia mesmo o livro da Bianca. Você vai adorar!
      Beijos!

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