domingo, 3 de setembro de 2017

#Resenha: "Porto inseguro"


Título: Porto inseguro

Autor(a): Tana French

Ano de lançamento: 2014

Editora: Rocco

Nº de páginas: 496



# A história

Acontece uma tragédia em um condomínio na costa irlandesa. Jennifer Spain é resgatada com vida e internada para se recuperar de ferimentos à faca. O restante da família não teve a mesma sorte. O marido de Jenny, Patrick Spain, bem como o casal de filhos, estão mortos.

O experiente detetive Mickey Kennedy entra em ação para investigar o caso, contando com a ajuda de Richie Curran. Kennedy é um veterano da polícia e enxerga ali a chance de resgatar a credibilidade profissional, principalmente porque a mídia começa a fazer uma cobertura intensa durante as investigações.

O passado da família Spain vem à tona e o caso fica mais intrigante. Os detetives descobrem que Pat perdeu o emprego por causa da crise econômica e que o casamento dele com Jenny não andava tão bem. A vida naquela casa já não era tranquila fazia algum tempo.

# Opinião

Num primeiro momento, o detetive Kennedy passa a impressão de ser arrogante, mas aos poucos essa máscara vai caindo. Ele chega ao local do crime com um estagiário e fica passando instruções de um jeito bem-humorado, mostrando que além de ser um profissional competente, sabe transmitir seus conhecimentos aos mais novos.

O início das investigações marca um clima diferente na leitura. A autora foi bastante cuidadosa com os detalhes, fazendo o leitor se imaginar no local onde os crimes aconteceram. Outro ponto que eu destaco é a semelhança do enredo com o do livro A Sangue Frio, de Truman Capote – e isso não é uma crítica negativa. Na obra de Capote, a trama também gira em torno do assassinato de uma família (um caso verídico).

No decorrer dos capítulos, o jeito durão do detetive Kennedy vai sendo justificado. A autora humanizou o personagem, criando para ele um passado sofrido. A irmã caçula dele tem problemas psicológicos e sempre que tem uma crise, vai lhe pedir um colo. Kennedy acaba sendo o pilar da família. Ele usa o trabalho como um refúgio para fugir um pouco dos problemas. É por isso que ele é tão rígido e se dedica tanto.

Na metade do livro acontece uma reviravolta. A história entra em um clima de tensão e parece que o caso está prestes a ser solucionado, mesmo faltando muitas páginas para o final. Os dois detetives formam uma dupla afiada. Quando começam a pressionar os suspeitos, o ritmo fica alucinante. Foi quando eu mais me empolguei com a leitura e li mais rápido.

Esse livro é dividido em vários momentos, como se fosse uma montanha-russa. Outro marco importante da história é quando a dupla de detetives começa a entrevistar as pessoas diretamente ligadas à família Spain. É a partir daí que o leitor percebe quais eram as impressões que as vítimas passavam para os mais próximos e de como seria a vida delas antes de tudo acontecer. Tudo isso, no entanto, gera muita desconfiança, já que se trata da opinião de terceiros.

Vou me controlar para não entregar mais coisas. Tem só mais um ponto que vale eu destacar, que é um ingrediente que apimenta as investigações. São três itens: fóruns na internet, obsessão e lucidez. Os detetives vão fundo nisso e o mistério vai aumentando como uma bola de neve.

Por fim, vem o desfecho da história. Infelizmente, não foi à altura, pois faltou emoção. Além disso, as coisas se resolveram quando ainda restavam muitas páginas. Não tinha mais nada a ser contado e o livro não tinha chegado ao fim. Uma “barriga” desnecessária que comprometeu o final. Fora isso, a leitura foi bem dinâmica. Recomendo!

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