Imagem: Ygo Maia
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Lugar
tranquilo, clima agradável, relaxante... Inúmeras são as qualidades desse lugar
chamado Santa Tereza, um prato cheio para quem quer tirar férias ou
simplesmente passar um final de semana longe dos problemas. Isso sem falar na
lagoa, ótima para pescar e tomar banho. É lá que Judith dá o ar da sua graça.
Ela é “A sonâmbula de Santa
Tereza”.
Judith
é uma mulher bonita, atraente, que já há algum tempo anda insatisfeita com o
seu marido, o ignorante Zé Pistola. E justamente por isso, ela busca aventuras
descompromissadas nas madrugadas.
Zé
Pistola trabalha o dia todo num açougue, enquanto a mulher fica trancada,
cuidando da casa. É um verdadeiro cárcere privado. Judith um dia cansou dessa
situação e decidiu se vingar do marido: premiando-o com um belo par de chifres.
Ele tinha o sono muito leve e Judith sabia disso. Assim, ela passou a “batizar”
todas as noites o suco de caju que ele gostava de tomar antes de dormir, para
garantir que ele dormisse a noite toda.
Com
o marido dormindo profundamente, Judith tinha livre acesso a chave que ele
escondia e podia sair para onde quisesse. Passou a marcar encontros à beira da
lagoa com rapazes mais jovens. Cada dia com um diferente. Mas se tratando de um
pequeno interior, logo descobriram, e Zé Pistola passou a receber cartas
anônimas que diziam: CORNO DA MADRUGADA... ACORDA!
Incomodado
com aquela pulga atrás da orelha e com a coceira na testa, Zé Pistola resolveu
agir. Certa noite, ele dispensou o suco de caju e caiu logo na cama, alegando
estar muito cansado. Judith desconfiou do comportamento do marido e, com um
torpedo, desmarcou o encontro que teria naquela madrugada. Mesmo assim, ela foi
até a lagoa. Sedento para flagrar a esposa, Zé Pistola saiu pouco depois.
Judith,
muito esperta, sabia que estava sendo seguida. Chegando ao local onde teria
mais um de seus encontros, ela simplesmente fez um morrinho de areia para
apoiar a cabeça e se deitou. Zé Pistola se aproximou com espanto. Sem entender
o que se passava com a esposa, colocou-a em seus braços e a levou para casa.
Enquanto isso, ela fingia estar no mais profundo sono. O corno ainda se sentiu
culpado por desconfiar da fidelidade dela.
No outro dia, Zé Pistola contou o que aconteceu para Judith, que cinicamente dizia não se lembrar de nada.
— Mil desculpas, meu amor – dizia Zé Pistola, mostrando à esposa as cartas anônimas que havia recebido.
— Não tem problema. Eu te perdoo. Isso são coisas que colocaram na sua cabeça.
— Como prova do meu arrependimento por ter desconfiado de você, hoje mesmo vou procurar um especialista para curar o seu sonambulismo.
E fica a dica: se o amor for tão grande a ponto de superar uma traição, então perdoe a pessoa amada e saia por aí parafraseando Sócrates: “Só sei que nada sei... e ainda prefiro não saber”.
— Mil desculpas, meu amor – dizia Zé Pistola, mostrando à esposa as cartas anônimas que havia recebido.
— Não tem problema. Eu te perdoo. Isso são coisas que colocaram na sua cabeça.
— Como prova do meu arrependimento por ter desconfiado de você, hoje mesmo vou procurar um especialista para curar o seu sonambulismo.
E fica a dica: se o amor for tão grande a ponto de superar uma traição, então perdoe a pessoa amada e saia por aí parafraseando Sócrates: “Só sei que nada sei... e ainda prefiro não saber”.
Olá.
ResponderExcluirPost divulgado no agregador Teia.
Até mais
Gostei muito do texto, apesar de não concordar com a ideologia de que quem ama deve "superar a traição". Se acontecer só uma vez, beleza, mas diversas vezes... Ai quer dizer que o amor naquele relacionamento é unilateral. E amor unilateral nunca dura muito.
ResponderExcluirComo sempre, vc escreveu maravilhosamente bem. ^^
Beijo.
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vicioempaginas.blogspot.com