sábado, 28 de abril de 2012

6º Episódio - As Aracatienses

Imagem: Ygo Maia


Bairro Farias Brito. Popularmente conhecido como Velame. Apesar de alguns considerarem o local esquisito e perigoso, é relativamente calmo. Mas, como todo bom bairro, não está isento dos barracos e acontecimentos mais quentes. É de lá que vem a beldade de hoje, que se chama Úrsula. Ela é “A assassina do Velame”.

Úrsula é uma mulher bonita, que arranca suspiros por onde passa. Entretanto, quando foi premiada com a beleza, ganhou de brinde uma carga imensa de burrice. De fato, é um produto ruim com embalagem perfeita.
Por ser desprovida de inteligência, sempre teve dificuldade para arrumar emprego. O dono de uma sorveteria do bairro andava cheio de segundas intenções e resolveu contratá-la, só que a anta não percebia as investidas dele.
Numa noite de sábado, após ter sido enrolada para fazer hora extra sem necessidade, saiu da sorveteria quando não havia mais ninguém na rua. Era possível ouvir o som dos grilos cantando.

De repente, Úrsula avistou um homem passando mal, cambaleando no meio da rua. Sem pensar duas vezes, – já que pensar não era seu forte – ela se aproximou para tentar ajudá-lo.
— Moço, o senhor está bem?
O homem no chão, se contorcendo de dor, não respondeu àquela pergunta imbecil.
— Meu Deus, ajude esse homem! – dizia ela, aflita.
Abusando da capacidade de ser inútil, ela continuou:
— O senhor é casado? Quer que eu ligue pra alguém? O senhor é daqui?
O homem desmaiou e, só depois Úrsula resolveu pedir ajuda.
— Alô! Emergência?! Meu nome é Úrsula Maria da Silva Bezerra. Eu moro no Velame e acho que tem um homem morto aqui.
— A primeira coisa que a senhora precisa fazer é ficar calma... Certifique-se de que ele está REALMENTE morto.

A moça do serviço de emergência queria que Úrsula verificasse o pulso do homem, mas a quadrúpede não entendeu. Em vez disso, pegou um tijolo e se aproximou do homem, que já estava se recuperando do desmaio.
— O que vai fazer com esse tijolo? – perguntou o homem, assustado.
— Desculpe moço, não é nada pessoal.
Úrsula iniciou o massacre. Golpeou o pobre coitado diversas vezes na cabeça. Ele acabou morrendo. Depois, a jumenta assassina voltou a falar com o serviço de emergência:
— Pronto! Ele está REALMENTE morto. O que eu faço agora?

E fica a dica: peça a Deus para que jamais precise da ajuda de uma pessoa como Úrsula. Tão burra, que acha que apartheid é uma marca de creme dental.

7 comentários:

  1. Olá, adorei o seu blog *-*
    Você escreve muito bem, Parabéns!! Quando puder eu irei ler todos os capitulos de "As Aracatienses " Estou seguindo
    Beijinhos
    http://misteriodapaginas.blogspot.com.br/

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  2. Oi,adorei essa Úrsula ela é demais mesmo... Dei muitas risadas com essa burrinha...kkkkk
    Beijos e continue escrevendo assim.
    Raiane.

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  3. Oi, muito obrigado pela calorosa postagem em meu blog. Fico muito contente por você fazer o link aqui neste seu blog, que pelo pouco que vi até agora, é fantástico.
    Dia 01 de maio o blog vem cheio de novidades, com novas seções e uma entrevista especial que fiz baseado em áudios do Ayrton.
    Coincidências à parte, quando o Ayrton faleceu ei tinha me mudado para uma casa em uma rua chamada Primeiro de Maio, vai vendo. De qualquer forma, parabéns pelo seu aniversário, e vamos estreitar cada vez mais a amizade e a parceria entre os amantes da boa leitura.

    Por favor, quando tiver um tempo visite meu outro blog, onde escrevo sobre diversos assuntos:

    http://danigimenes.blogspot.jp

    Abração

    Dani Gimenes

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  4. Eu que gradeço pela visita... O mês de maio vem com novidades aqui no "Mergulhando Na Leitura" também. Visitarei o seu outro blog com certeza.
    Em nome da leitura!!

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  5. Olá.
    Post divulgado no blog Teia.
    Até mais

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  6. Achei muito engraçado! Parabéns pela criatividade de ter criado "As Aracatienses".


    P.S.: Moro no Velame, kkkkkk

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    Respostas
    1. Obrigado! Volte sempre, André.
      Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

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