domingo, 26 de abril de 2020

#Resenha: "Entre família"


Título: Entre família


Ano de lançamento: 2017

Editora: (independente)

Nº de páginas: 104


*e-book enviado pela autora.



# A história


Para começar a falar do livro Entre família, eu escolhi um trecho de uma composição de Paulinho Moska e Zélia Duncan: “Quem se diz muito perfeito, na certa, encontrou um jeito insosso pra não ser de carne e osso”.

Que atire a primeira pedra quem tem uma família tão perfeita quanto a de um comercial de margarina. Dilemas, segredos e problemas fazem parte de qualquer estrutura familiar, e o trio Carina, Natália e Caio não foge à regra. Esses três irmãos são sobreviventes de uma família que vive entre tapas e beijos.

Caio carrega a dor do preconceito que sofre da própria mãe, mas não deixa a peteca cair. Natália encara os obstáculos da vida com garra e bom humor, pois não gosta de passar recibo de sofredora. A caçula Carina, parecida com os irmãos quanto ao modo de lidar com as dores, se vê perdida ao constatar que é apaixonada por Théo, seu amigo de infância.

Será que os laços de sangue falam mais alto diante das maiores dificuldades? Depois de tantos desencontros, ainda há salvação para essa família? O destino reserva muitas surpresas.


# Opinião


Dramas cotidianos, discussões em casa, emoções à flor da pele… Impossível não associar o livro de Rosângela R. Seixas ao programa Casos de Família, do SBT. Mas eu digo isso apenas por causa do assunto central da obra. Não existe apelação para a baixaria. Na medida do possível, tudo se desenvolve com sutileza.

A partir da segunda metade da história, comecei a me questionar até que ponto aquela leveza se estenderia. Senti falta de conflitos mais consistentes entre os personagens, algo que me fizesse sofrer ou vibrar junto. Passei muitas páginas à espera de uma grande reviravolta que, infelizmente, não aconteceu.

Os primeiros capítulos de Entre família foram animadores, pois o enredo se mostrou promissor. Parecia que Carina assumiria o posto de protagonista em algum momento. Foi a aposta que eu fiz ao perceber a química que ela tinha com Théo. Porém, o romance acabou perdendo terreno para situações desinteressantes.

A meu ver, a maior falha foi a autora não ter definido um foco. Entendi que a intenção não era evidenciar os dramas de um único personagem ou de um casal. Uma pena, já que alguns deles poderiam ganhar mais asas. Rosângela escolheu conduzir as tramas simultaneamente, o que não a permitiu aprofundar nenhuma.

Essa questão me fez refletir sobre a estrutura do livro. Cairia bem uma divisão em três partes, por exemplo, para cada filho ter a sua vez de falar. Assim, a gente conseguiria absorver melhor os acontecimentos e os sentimentos dos personagens envolvidos (como ocorre em Extraordinário, de R. J. Palacio).

Por último, outro aspecto que me incomodou foi a falta de uma revisão apurada do texto. Essa etapa de produção serviria para corrigir uma série de erros que eu notei no decorrer da leitura.

Gostaram da minha resenha de Entre família? Comentem!

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